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30 de março de 2020

Homeopatia nas epidemias



HOMEOPATIA NAS EPIDEMIAS

A homeopatia foi estabelecida em seus princípios pelo médico alemão Samuel Hahnemann em 1796. Desde então, tem sido utilizada no tratamento dos indivíduos, tanto em nível curativo quanto preventivo, em indivíduos isolados ou em populações. Uma das formas pelas quais ela se manifesta é atuando nas epidemias, usando um método descrito pelo próprio Hahnemann. No Brasil, existem diversos relatos de atuação da homeopatia frente às epidemias; e, na história recente da saúde no Brasil, diversos tipos de intervenções homeopáticas em epidemias foram registados.

 Sabemos que, no Brasil, a homeopatia tem actuado nas epidemias desde sua introdução, em 1843. Mas, como se dá a intervenção homeopática nas epidemias? Como ela opera, quais seus princípios diagnósticos e terapêuticos, quais as resistências a que se lhe opõem? Enfim, qual a efectividade de suas acções para a saúde pública, analisando suas possibilidades e limites? 
Este trabalho propõe-se a responder a essas questões partindo de uma revisão histórica das intervenções homeopáticas nas epidemias no Brasil desde 1974, através do estudo aprofundado de um caso: a atuação homeopática do Grupo de Estudos Homeopáticos de São Paulo “Benoit Mure” (GEHSP Benoit Mure) em três epidemias de locais e épocas diferentes: Meningite em 1974 (na cidade de Guaratinguetá/SP); Dengue, em 2007 (em Penápolis/SP); e Dengue, em 2010 (nas cidades de Penápolis/SP, Pereira Barreto/SP e Iporá/GO). 
Este grupo foi escolhido pela sua expressividade, pois nas suas acções foram alcançadas cerca de 100 mil pessoas, e por usar a mesma metodologia por mais de 35 anos.

Na Homeopatia, o medicamento, funciona como uma espécie de antígeno, causa sempre sintomas semelhantes ao que deseja curar ou prevenir. Além disso, o medicamento não é específico à doença a ser prevenida, mas sim ao conjunto de sintomas que a maioria dos doentes apresente durante determinado surto epidémico. 

Exemplificando, caso tenhamos duas epidemias de uma mesma doença na mesma população (em épocas diferentes), o medicamento utilizado pode não ser o mesmo. 

A escolha do medicamento mais adequado para a profilaxia de uma determinada epidemia (ou surto) em uma população vai depender do conjunto de sintomas apresentados por aquela população na ocasião de cada surto e em cada momento específico. 

A este medicamento assim individualizado, como vimos, dá-se o nome de génio epidémico (Hahnemann, 2006; 2007). Foi deste modo que se impediu a propagação da escarlatina na Alemanha no séc. XVIII: com a utilização de Belladonna, um medicamento homeopático que cobria bem os sintomas daquela doença naquela ocasião. Em outras palavras, Belladonna foi o génio epidémico daquela epidemia (Hahnemann, 2007). Da mesma forma, Hahnemann identificou o medicamento Aconitum napellus para o tratamento da púrpura miliar em 1801 (Hahnemann, 2007). Hahnemann publicou pela primeira vez seus resultados na profilaxia de escarlatina com Belladonna no ano de 1799 (Hahnemann, 2006).

(...) Autor PAULO SERGIO JORDÃO DARUICHE